Ansiedade Social
- Maria Matos
- Jun 28, 2024
- 2 min read
Updated: Jul 10, 2024
Ansiedade Social – Sintomas Associados e Estratégias de Intervenção (Modelo Cognitivo de Wells, 1997)

Questão central: Desejo intenso de transmitir aos outros uma impressão favorável de si mesmo/a, acompanhado de uma grande insegurança acerca da capacidade de o conseguir.
Entrada numa situação social = ativação de um “programa de ansiedade”, composto por:
1. Atenção Autofocada: Construção de uma imagem de si mesmo/a (Eu como Objeto Social), que acredita ser a que os outros estão a ter.
- Sobrestimação da probabilidade de ser julgado/a (Spotlight Effect)
- Processamento deficiente da informação externa- Intensificação dos sintomas de ansiedade
2. Comportamentos de Segurança: Servem para defender a pessoa daquilo que receia ser visível para os outros, mas têm um efeito contraproducente. Exemplos: evitar o contacto visual, acelerar e/ou encurtar o discurso, mexer no telemóvel, ...
- Aumentam a atenção externa e o auto-focus
- Maior probabilidade de originar avaliações negativas, aumentando a ameaça
percebida
- Impedem a confronto real com a reação dos outros perante os comportamentos receados
3. Evitamentos: Evitamento das situações sociais que provocam ansiedade (isolamento social).
- Não permite que o indivíduo tenha experiências sociais positivas, que poderiam ser desconfirmatórias das suas crenças de ineficácia social.
4. Antecipação: Tentativas de antever em detalhe tudo o que poderá acontecer na situação social receada.
- Esta previsão é feita com base nas experiências anteriores em situações semelhantes (normalmente negativas), resultando em elevados níveis de ansiedade, mesmo antes da entrada na situação.
5. Autópsia: Após a situação social, ocorre uma revisão detalhada da forma como a pessoa se comportou, preocupando-se com a imagem/perceção criada nos outros.
- Tem um objetivo tranquilizador face ao receio da avaliação negativa, mas o seu resultado é inverso e aumenta o sentimento de humilhação e inadequação social.
- Resulta numa avaliação da situação pior do que foi na realidade, uma vez que as memórias mais acessíveis são normalmente as de maior emocionalidade e negativas.
Intervenção Terapêutica – De que forma um psicólogo pode ajudar?
Estabilização e diminuição progressiva da ansiedade, através da exposição prolongada a estímulos sociais receados
Treino de competências sociais
Reestruturação de crenças disfuncionais associadas ao medo de avaliação negativa
Extinção dos comportamentos de segurança - construção de situações de role play que permitam testar os efeitos paradoxais desses comportamentos
Treino Atencional - mudança do foco da atenção para estímulos externos
Manipulação da auto-imagem e construção de uma auto-imagem social mais realista (gravação de vídeos/áudios, representação de papeis sociais).
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