Ansiedade Social
- Michael Oliveira
- Jun 28, 2024
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Marcada ansiedade em situações que implicam exposição social ou situações de desempenho, envolvendo uma possível avaliação (negativa) por parte das outras pessoas. Esta ansiedade frequentemente provoca o evitamento de situações ou contextos sociais. Quando ocorre a exposição a estas situações pode conduzir a um ataque de pânico. É a terceira perturbação psiquiátrica mais comum, apresentando uma prevalência que varia entre os 3 a 13% da população geral, sendo mais frequente nas mulheres.
Critérios de diagnósticos
Medo ou ansiedade de situações sociais em que a pessoa está exposta ao possível escrutínio das outras pessoas (e.g., interações sociais, ser observado e situações de desempenho perante outras pessoas (e.g., falar em público);
Medo de mostrar sintomas de ansiedade que possam ser avaliados de forma negativa;
As situações sociais provocam quase sempre medo ou ansiedade;
Estas situações são evitadas ou enfrentadas com elevado medo ou ansiedade;
O medo ou ansiedade nestas situações persiste há mais de 6 meses.
Sintomas
Nas situações sociais que são receadas surge a ansiedade, que se pode manifestar através de:
rubor facial;
aumento da frequência cardíaca e respiratória;
palpitações;
tremores;
sudorese;
náusea e vómito;
tontura e desequilíbrio;
mente vazia;
tensão muscular.
Evitamentos
Na Ansiedade Social os evitamentos são muito frequentes e são considerados fatores perpetuadores da perturbação. Destacam-se os seguintes evitamentos devido à sua maior frequência:
interação com pessoas estranhas ou que tenham pouca confiança;
festas ou eventos com elevada interação social;
escola e trabalho;
iniciar conversas;
contacto visual;
encontros (sociais ou de natureza afetiva);
entrar numa sala onde todas as pessoas já se encontram sentadas;
devolução de itens numa loja;
comer na presença de outras pessoas;
utilizar quartos de banho públicos.
Fatores de Risco
Sfamiliares biológicos em 1º grau com diagnóstico de ansiedade social;
temperamento de inibição comportamental;
estilo parental de controlo e com marcada intrusão;
modelamento da ansiedade social pelos pais;
restrições no processo de socialização.
Terapia Cognitivo-Comportamental
Surge na década de 60 através dos trabalhos do psiquiatra Aaron Beck, que compreendeu que certas dificuldades emocionais surgiam devido a determinados tipos de pensamentos. Atualmente, e simplificando, a TCC clássica considera que os pensamentos têm impacto nos comportamentos e nas emoções.
Conduz a estado emocional negativo e comportamentos
consonantes com esses pensamentos.

Interpretação negativa da situação Pensamento negativo
Como tal, nas sessões de psicoterapia baseadas neste modelo, por um lado, são trabalhadas as cognições - examinar o que pensamos; por outro, os comportamentos - o que fazemos.
Eficácia
TCC é uma das formas de psicoterapia com maior evidência empírica, tendo sido demonstrado ser eficaz no tratamento de várias perturbações mentais, nomeadamente, perturbações emocionais (e.g., ansiedade, depressão), perturbação do comportamento alimentar, insónia, POC, perturbação de pânico, PPST e abuso de substâncias.
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