Ingestão Alimentar Compulsiva
- Michael Oliveira
- Jun 27, 2024
- 2 min read
Updated: Jun 28, 2024
É uma perturbação do comportamento alimentar caracterizada pela ingestão, num curto espaço de tempo, de uma quantidade de alimento superior à que a maioria das pessoas consumiria, acompanhada de sensação de descontrolo. Esta perturbação apresenta maior prevalência em mulheres (1,6%) do que nos homens (0,8%). Nas mulheres não existem diferenças raciais, no entanto é mais prevalente em pessoas que procuram tratamentos de emagrecimento.
Critérios de diagnósticos
Episódios recorrentes de ingestão alimentar compulsiva:
comer num período de tempo uma quantidade de alimento que é superior à que a maioria das pessoas comeria no mesmo intervalo de tempo;
sensação de perda de controlo - sentir que não e capaz de para de comer, ou controlar a quantidade ou qualidade dos alimentos;
Ingestão muito mais rápida que o habitual;
Comer até se sentir desagradavelmente cheio/a;
Ingestão de grandes quantidades de alimento apesar de não sentir fome;
Comer sozinho/a por se sentir envergonhado/a pela voracidade;
Sentir-se desgostoso/a consigo próprio/a, deprimido/a ou grande culpa depois do episódio;
Mal-estar marcado ao recordar as ingestões alimentares compulsivas;
Estes episódios acontecem em média, pelo menos 1 vez por semana durante 3 meses.
Consequências
Esta perturbação apresenta consequências significativas, quer a nível físico, quer a nível psicológico, inclusivamente é responsável pela redução da qualidade de vida e, consequentemente, a esperança média de vida.
Consequências físicas:
Obesidade;
Acumulação de quantidades elevadas de tecido adiposo;
Aumento do peso ponderal;
Colesterol elevado;
Diabetes;
Fatiga;
Problemas cardíacos e respiratórios;
Apneia do sono;
Consequências psicológicas:
Depressão e ansiedade;
Isolamento social;
Vergonha e culpa;
Comportamentos de auto-dano;
Ideação suicida e tentativas de suicídio;
Fatores de Risco
Sexo feminino;
Ingestão alimentar compulsiva na família (pais ou irmãos);
Doença mental na família;
Utilização de padrões alimentares com restrição calórica;
Níveis elevados de stress;
Auto-imagem negativa;
Pessoas significativas que seguem planos alimentares restritivos;
Bullying devido a questões de excesso de peso ou aparência física.
Terapia Cognitivo-Comportamental
Surge na década de 60 através dos trabalhos do psiquiatra Aaron Beck, que compreendeu que certas dificuldades emocionais surgiam devido a determinados tipos de pensamentos. Atualmente, e simplificando, a TCC clássica considera que os pensamentos têm impacto nos comportamentos e nas emoções.
Conduz a estado emocional negativo e comportamentos
consonantes com esses pensamentos.

Interpretação negativa da situação Pensamento negativo
Como tal, nas sessões de psicoterapia baseadas neste modelo, por um lado, são trabalhadas as cognições - examinar o que pensamos; por outro, os comportamentos - o que fazemos.
Eficácia
TCC é uma das formas de psicoterapia com maior evidência empírica, tendo sido demonstrado ser eficaz no tratamento de várias perturbações mentais, nomeadamente, perturbações emocionais (e.g., ansiedade, depressão), perturbação do comportamento alimentar, insónia, POC, perturbação de pânico, PPST e abuso de substâncias.
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